Há uma percepção pública distorcida quanto a “sobriedade”, e o “não beber álcool”.
É lamentavel que, quando você diz que parou de fumar, é visto como um ato triunfante. Recebe um tapinha nas costas e admiração. Mas “sobriedade”? Parou de beber! Te fazem parecer um alienígena.
Apesar das numerosas estatísticas de saúde sobre os riscos de curto e longo prazo do consumo pesado que, eu poderia acrescentar, não é muito (4 bebidas ou mais em uma única sessão para mulheres ou 8 ou mais bebidas por semana), ainda parecem aceitar o álcool e ficar bêbado como normal. Não beber álcool é uma esquisitice ou um sinal de que você está de alguma forma com defeito.
Em algumas rodas isso pode gerar sussurros de palavras super secretas como “alcoólatra” ou “viciada”. Agora você é alvo de vozes abafadas. Então nos escondemos. Nós nos escondemos online, em grupos privados do Facebook e contas anônimas do Twitter. E nós nos recuperamos obedientemente para não perturbar a ordem natural das coisas. Eu sugiro que paremos tudo isso.
Quando as pessoas que te rodeiam sabem que você teve sérios problemas com o álcool no passado, e que em hipótese alguma pode beber, você acaba criando uma eficaz “rede de proteção”. Claro que há casos em que o seu anonimato pessoal deve ser mantido, mas de forma geral essa “rede de proteção” te ajuda muito mais do que o anonimato em si. Lembrando que apesar do alcoolismo ser uma doença, o “parar de beber”, ou “estacionar a doença” como dizem os AAs é uma livre escolha de cada um.
Diga Sim a Vida!