Marionete - Controlados pela mente.

A ciência por trás da compulsão. Porque nós exageramos? O que fazer?

Em algum momento, muitos de nós acordamos de algum tipo de farra, talvez cercados por garrafas de cerveja, embalagens de doces, sacolas de compras, drogas e nos perguntamos: O que é que eu fiz? Como pode acontecer de adultos “racionais” e funcionais cederem totalmente aos seus impulsos?

Qual é o negócio?

Acontece que, seja beber, usar drogas, comer, jogar ou fazer compras, comportamentos de compulsão diferentes realmente têm causas semelhantes. O Professor Doutor e Psicólogo Clínico Dr. Michael Mantell explica que todos os tipos de compulsão são “maneiras de lidar com emoções negativas que não são racionais ou saudáveis”. Mas e quando o excesso de indulgência ocasional se torna um problema real?

Segundo Mantell, os transtornos de compulsão de pleno direito são caracterizados por sentimentos de impotência, sigilo, vergonha e isolamento social. Uma vez que alguém sente a necessidade de ter vidas secretas ou essas compulsões atrapalham o trabalho e obrigações sociais, é hora de perguntar por quê.

A compulsão alimentar é atualmente o distúrbio alimentar mais comum em adultos, o transtorno de compra compulsiva está aumentando, e o consumo excessivo de álcool é generalizado, destacando crescimento especial entre as mulheres e o consumo de drogas só cresce a cada ano. Quer se trate de pizza, drogas, bebida ou liquidação, as causas de qualquer tipo de comportamento compulsivo pode cair em três categorias: psicológica, química e sociocultural.

Emocional (Dependência Psicológica)

As causas mais comuns das compulsões são: ansiedade, estresse e depressão na maior parte do tempo, é simplesmente uma maneira de anestesiar sentimentos infelizes. Mas a compulsão também pode ser um sintoma de um transtorno mental não diagnosticado. A depressão, por exemplo, pode levar a baixa auto-estima, insatisfação corporal, controle deficiente dos impulsos e dificuldade em controlar os sentimentos – fatores que podem desencadear uma compulsão.

Naturalmente, a dor e a culpa que surgem depois de uma compulsão podem desencadear a depressão, o que pode desencadear outra compulsão… Não é exatamente um ciclo divertido para ser pego.

Químico (Dependência Física)

É claro que as pessoas também abusam porque isso pode ser temporariamente recompensador – antes que o arrependimento se instale. O cérebro libera a dopamina química sensacional quando comemos gordura e açúcar, quando bebemos álcool, usamos drogas, ou mesmo quando vemos coisas novas para comprar. Uma vez que o cérebro secreta dopamina durante as compulsões, eles podem se tornar como um vício físico – nós bebemos mais e mais porque ansiamos pela entrada de produtos químicos.

Da mesma forma, baixos níveis de dopamina e serotonina podem levar a comportamentos compulsivos em busca de aumentar estes níveis, sempre buscando externamente por algo que magicamente preencha este vazio.
Estresse e ansiedade também podem tornar as pessoas compulsivas, tornando-as mais propensas a “recompensar o comportamento de busca” – basicamente, o estresse pode nos fazer perder a perspectiva e priorizar os sentimentos agradáveis (“recompensa”) que recebemos durante um surto que inevitavelmente vem depois.

Sociocultural

Sem um forte senso de autoconfiança, as pressões de uma cultura que enfatiza o consumo, seja de drogas, bebida ou coisas podem levar as pessoas à compulsão.
“Sempre nos dizem que você não vale nada se não for magro, se não beber, se não tiver certas coisas”, diz Mantell. “Essa pressão para ser perfeito pode definitivamente levar a ansiedade e comportamento compulsivo.”

Manipulados pela mente

Muitos especialistas ligam a compulsão à falta de atenção, especialmente em relação às emoções. As pessoas propensas ao comportamento compulsivo tendem, em geral, a ter mais dificuldade para entender e expressar seus sentimentos e lidar com o estresse. Há muitas maneiras de ajudar a solucionar o problema, como a meditação da atenção plena e a anotação das emoções ao longo do dia (equivalente ao Décimo Passo – fazer um inventário diário).

Quando surgir uma compulsão iminente, Mantell sugere o modelo THINK (de penso em inglês) perguntar se estes sentimentos têm as seguintes características: True (é verdadeiro?), Helpful (é útil?), Inspiring (é encorajador?), Necessary (é necessário?), ou Kind (qual o tipo de sentimento?). Por exemplo, um impulso como: “Eu preciso comprar isso agora”. Não se encaixa exatamente na conta do THINK. Estar ciente de seus estados emocionais pode ajudar a reduzir o estresse, a ansiedade e a compulsão consequente, de forma que exercitar a atenção plena nunca é uma má ideia..

O que eu posso fazer?

Não importa o porquê (ou como) isso acontece, há muitas opções de tratamento disponíveis para aqueles que procuram ajuda. Dr. Mantell recomenda primeiro visitar um terapeuta cognitivo-comportamental para descobrir se as compulsões são um problema autônomo ou se elas são causadas por problemas mentais mais sérios, como depressão ou transtorno do humor (comorbidades).
Depois de conversar com um profissional de saúde mental, o próximo passo recomendado é trabalhar no controle das compulsões por meio de terapia continuada. Encontrar um grupo de suporte como Alcoólicos Anônimos, Narcóticos Anônimos, Neuróticos Anônimos, Comedores Anônimos ou Jogadores Anônimos também pode ser útil em muitos casos.
Lembre-se, o auto-tratamento só é aceitável para casos menos graves de comportamento compulsivo. Se a compulsão é contínua, impactando negativamente a sua vida – a ponto de causar sofrimento ou danos financeiros, sociais ou físicos – o tratamento deve ser o primeiro passo.

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